A noite chega com todos os seus rebanhos.
Uma cidade amadurece nas vertendes do crepúsculo.
Há um iman que nos atrai para o interior da montanha.
Os navios deslizam nos estuários do vento.
Alguma coisa ascende de uma região negra.
Alguém escreve sobre os espelhos da sombra.
A passageira da noite vacila como um ser silencioso.
O último pássaro calou-se. As estrelas acenderam-se.
As ondas adormeceram com as cores e as imagens.
As portas subterrâneas têm perfumes silvestres.
Que sedosa e fluida é a água desta noite!
Dir-se-ia que as pedras entendem meus passos.
Alguém me habita como uma arvore ou um planeta.
Estou perto e estou longe do coração do mundo.
António Ramos Rosa
in A Rosa esquerda (1991)
Uma cidade amadurece nas vertendes do crepúsculo.
Há um iman que nos atrai para o interior da montanha.
Os navios deslizam nos estuários do vento.
Alguma coisa ascende de uma região negra.
Alguém escreve sobre os espelhos da sombra.
A passageira da noite vacila como um ser silencioso.
O último pássaro calou-se. As estrelas acenderam-se.
As ondas adormeceram com as cores e as imagens.
As portas subterrâneas têm perfumes silvestres.
Que sedosa e fluida é a água desta noite!
Dir-se-ia que as pedras entendem meus passos.
Alguém me habita como uma arvore ou um planeta.
Estou perto e estou longe do coração do mundo.
António Ramos Rosa
in A Rosa esquerda (1991)
2 Comentários:
Às 3:18 PM , Anônimo disse...
Gostei muito deste poema...
Às 6:24 PM , Anônimo disse...
Reste-nos a arte para retemperar as agruras de tudo o que vamos pressentindo no nosso dia a dia, neste mundo cruel que pisa os mais fracos e exalta os malandros!
Hoje estou assim! De negro vestida, por dentro, e vermelha por fora!
Bjitos
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