UMA ABORDAGEM DO PAPEL DAS MULHERES BAHÁ'IS DENTRO DA COMUNIDADE BAHÁ'I E NO DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO
Queridos Amigos do Movimento NÓS SOMOS IGREJA e também de todas e todos os que aqui representam as várias religões convidadas para este Encontro/Reflexão!
Eu como Mulher Bahá’i, sinto-me uma priveligiada ao confrontar-me com as posições que algumas das Igrejas e Movimentos mundiais têm, em relação ao papel da mulher na
Intervenção na respectiva Comunidade.
Na verdade, na Comunidade Bahá’i, como não existe clero, todos os homens e todas as mulheres são chamados, pela Comunidade, para desempenhar exactamente o mesmo papel – SERVIR!
A Comunidade Bahá’i é administrativa e espiritualmente regida por Assembleias espirituais, de nove membros, eleitas anualmente por voto secreto e sem campanha eleitoral. Isso significa que tanto local, nacional ou internacionalmente, o método é o mesmo,- são eleitos por voto secreto para gerir a comunidade- as pessoas que durante o ano anterior, melhor e mais devotadamente serviram os interesses da Fé. Isso significa que nas Assembleias (de nove pessoas, sempre) coexistem como membros, homens e mulheres que trabalham voluntáriamente (nenhum trabalho na comunidade é remunerado) em prol do bem comum e do desenvolvimento da Causa.
Ainda por cima, sabendo nós que em Portugal, há mais mulheres que homens, não raro é verificar-se que nas Assembleias existam, muitas vezes, mais mulheres do que homens!
O princípio interiorizado na Comunidade, de que a Humanidade é um pássaro de duas asas – UMA O HOMEM A OUTRA A MULHER e de esse pássaro deverá ter as duas asas equilibradas para poder alçar vôo. Claro que este principio facilita também o equilíbrio de ideias e promove a apreensão de alguns sentimentos que eram históricamente maioritáriamente masculinos, como a determinação, o comando, a gestão, a afirmação e os outros que eram ditos próprios do sentir feminino – a compreensão, a docura, a afabilidade, a sensibilidade, uma maior emocionabilidade, tudo isso possa ser partilhado sem medos de julgamentos preconcebidos, o que torna a resolução dos problemas e das situações muito mais fácil e harmoniosa, pois tudo se resolve dentro de um espirito de consultação espiritual.
Os sentimentos pessoais, acabam, dentro deste clima, por dissolver-se, constituindo-se o produto final, na resolução assumida pelo grupo.
E como é evidente, este sentimento perpassa por todos os actos da Comunidade. Os Bahá’is nunca pensam, aqui deve ir um homem ou ali uma mulher, porque pensamos sempre – Quem é mais capaz de desenvolver isto ou aquilo? O problema sexo, nunca se põe. É uma questão de capacitação e de disponibilidade, mais nada.
Estou feliz por estar neste Encontro, com os nossos companheiros de caminhada , mulheres e homens, de algumas das religiões existentes no nosso país e verificar que apesar de termos poucos homens na sala a escutar-nos, isso já é um indicador que, felizmente, há muitos, mas muitos homens de todas as religiões, que gostariam que estes preconceitos terminassem.
Louvo este movimento NÓS SOMOS IGREJA pelos esforços de devolver à MULHER os valores que as próprias Escrituras Sagradas do Cristianismo lhes deram e que,aos poucos lhes foram confiscadas. Como Bahá’i, ficarei feliz no dia em que a vossa razão seja aceite e o vosso lugar devidamente reconhecido.
Espero sinceramente, que esta caminhada conjunta inter-religiosa, não termine e continuemos a conhecer-nos e a respeitar-nos, porque isso é uma mais-valia para todos que não deveremos deixar que se desperdice porque SÓ SE AMA O QUE SE CONHECE e é bom que nos conheçamos e saibamos QUE É MUITO MAIS O QUE NOS UNE DO QUE O QUE NOS DIVIDE.
Para todas as minhas companheiras e os meus companheiros, parceiros neste esforço, o meu grande abraço fraterno!
2 Comentários:
Às 2:38 PM , Marco Oliveira disse...
Estavas inspirada, hein?
:-)
Às 2:55 PM , Anônimo disse...
Com que então propaganda gratuita no meu blog! Boa! Estás a saber mais do que eu te ensinei!
Beijinhos da tia
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